Rebubina
Oi, como você está? Espero que
bem.
Sei que faz tempo que não te escrevo, mas presenciei algo hoje que me fez pensar muito em tudo que vivemos e eu, como sempre, precisava te contar o que finalmente entendi sobre nós. Espero que você leia até o fim e também entenda.
Sei que faz tempo que não te escrevo, mas presenciei algo hoje que me fez pensar muito em tudo que vivemos e eu, como sempre, precisava te contar o que finalmente entendi sobre nós. Espero que você leia até o fim e também entenda.
Enquanto eu finalizava minha pilha
de relatórios matinais, ouvi uma das minhas colegas de trabalho reclamar por
não se lembrar de algo que ia falar, até que alguém que estava próximo sugeriu
que ela refizesse o raciocínio, na tentativa de recuperar o que foi esquecido.
Falavam sobre pensamentos, ideias e palavras, mas na minha cabeça — mais
conhecida por ser uma enorme bagunça — eu só conseguia pensar em uma coisa:
nós.
Será que se eu voltasse e
percorresse o caminho que trilhamos, conseguiria recuperar o que perdemos nas
pedras, buracos, e crateras das ruas por onde passamos? Será que tudo que
deixamos para trás estaria lá a nos esperar?
Talvez eu desse de cara com aquela
admiração que nós tínhamos um pelo outro, o respeito mútuo, o carinho na medida
certa e o cuidado gratuito. Quem sabe? Quem sabe, caminhando por aí eu não
cruzasse com a fé que tinha em ti, a que tinhas em mim e a que ambos tínhamos
em nós. Quem dera…
Pelo caminho também poderia
reencontrar os sorrisos largos que deixei de dar, só por te ver, e o brilho nos
olhos que esquecemos de manter. Será que eu conseguiria? Será que nesse mesmo
caminho, a tal preocupação não apareceria também, junto com o companheirismo
que não vemos há tempos? Talvez eu também encontrasse aquela paixão
avassaladora que nos uniu, nos transformou em “nós” e fez de ti meu porto e de
mim, teu abrigo.
Queria saber se por aí, em algum
lugar desses anos todos, se encontram essas coisas, nada pequenas, que fizeram
de nós dois um casal, dois corpos num encaixe [im]perfeito e duas almas em
[con]fusão. Não sei e nem ouso sair por aí, andando não sei por onde, caçando
não sei o quê.
A única certeza que tenho é a de
que poderíamos encontrar tudo, exceto amor. O meu por ti. O teu por mim. O
nosso por nós. É que, com o tempo, percebi que somos capazes de recuperar as
coisas que perdemos, as ideias que nos esquecemos, o assunto que ficou para
depois, mas nunca aquilo que abandonamos. Nosso amor não se perdeu, nós é que
nos perdemos dele e o abandonamos.
Se por acaso o encontrar, pode me
fazer um favor? Diga que a saudade ainda insiste em me visitar vezes quando,
mas já não posso mais voltar.
Com
pesar,
Eu.
Eu.
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